domingo, 27 de janeiro de 2013

O Holocausto aconteceu, SIM !

                                  Auschwitz-Birkenau  -  Imagem AFP
Há muitos anos que me ensinaram que contra factos não há argumentos, e no entanto há quem questione esta verdade, há quem tente branqueá-la, há quem tente negá-la.
Por maldade, por estupidez, por interesses pessoais mais do que mesquinhos, sei lá porquê e sei lá como é possível tentar fazê-lo, mas há quem tente.
Tenho que notar que na bagunça inacreditável montada em Portugal pelos políticos que o governam há mais de 20 anos, temos um momento de lucidez e "Portugal associa-se hoje às cerimónias do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto recordando os milhões de judeus mortos nos campos de concentração nazis e evocando diplomatas portugueses que “arriscaram” tudo para "salvar outras vidas"" ( notícia da Lusa de hoje).
 Auschwitz-Birkenau deveria ser visitado por todos ! Deveria fazer parte obrigatória dos curricula das escolas secundárias portuguesas (de facto de todo o mundo, mas fico-me pelas preocupações nossas, nacionais).
Seria um acto de verdadeira cidadania o Ministério da Educação fazer essa inclusão obrigatória, levando todos os alunos na fase dos 15/17 anos a esta visita, fazendo-os perceber, no local próprio, o que foi o Holocausto.
E também aí, terem as lições adequadas sobre o nazismo, sobre as guerras na Europa Central e Oriental, em Espanha, Itália e Norte de África.
As consequências e as ligações no Portugal salazarista com o devido enfoque na acção dos diplomatas portugueses que arriscaram a vida e a estabilidade familiar para salvar milhares de condenados à morte contra as ordens de Salazar.
Reafirme-se que Salazar assinou milhares de sentenças de morte para milhares de inocentes que Hitler mandou para os campos de concentraçao. Foram todos os que Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho salvaram da morte conseguindo retirá-los para Inglaterra e Estados Unidos da América através dos salvo condutos que Salazar proibiu.
Faz hoje anos que o Exército Russo entrou em Auschwitz e libertou todos os que ainda lá estavam, poucos já, face aos muitos milhares que por lá passaram diretamente para as câmaras de gás.
É preciso, é cada vez mais urgente, ir a Auschwitz e sentir o que ali se passou, perceber o crime que ali aconteceu, por ordem de políticos que governaram a Europa na época.
Falta ter a certeza se muitos dos seus continuadores de hoje não seriam capazes do mesmo.
Ou pior ainda, se não estão, de facto, a fazer o mesmo.
Só uma nota adicional.
É enorme o enfoque no morticínio de judeus, mas convém deixar claro que a maioria dos assassinados pelos nazis não foram judeus.
Desses foram muitos (6 milhões ?) mas muitos outros não tinham nada a ver com o judaísmo. Hitler não foi esquisito com aqueles que se opuseram e denunciaram a prática ditatorial/nacionalista. Houve judeus, sim , muitos, mas todos os não arianos e mesmo nesses os que se opuseram à carnificina, militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste, activistas políticos e todos os que por qualquer motivo discordaram da barbárie instalada por Hitler.
Mas a dimensão desta barbárie só é possível ser percebida lá, no sítio onde ocorreu, com os cheiros que ainda se sentem, com as imagens que lá estão, com a entrada nos fornos e nas câmaras. 
E é preciso fazer isso !
É urgente fazer isso ! 
             Auschwitz-Birkenau  -  Imagem Pof.Nuno Ferrão

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