sábado, 25 de outubro de 2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

“NÃO ROUBE, O GOVERNO DETESTA CONCORRÊNCIA”

Estamos no final de Janeiro, mês de comemoração de Aniversário em casa do Tu-Barão !
E como tem acontecido nos últimos anos, o Patrono José Barão tem insistido em me dar a honra da participação neste seu espaço de opinião, mesmo sem merecimento .
Os meus Parabéns ao Tu-Barão e ao Patrono, pois claro, e como é habitual... pois que contem muitos e bons ! Grande, GRANDE abraço.

Recorro à base de um texto que tem cerca de um ano. Pode ser que ainda esteja dentro do prazo de validade.
ESPERANÇA... EM QUÊ ?

E pergunta-se, alguém pergunta a alguém,
 – Então pá, como vai a vida ?
E a resposta é habitual, a resposta de sempre
– Eh pá, assim, assim... vamos indo !
ou em alternativa
– Menos mal, pá...
A vida vai assim, assim, para este “pá” e “vai indo” para a grande, para a enorme maioria dos “pás” portugueses, o que quer dizer em mais vernáculo “a vida vai uma caca...” .

É um sentimento cada vez mais generalizado e é este o princípio de todas as conversas.
A verdade porem é que a vida “vai indo...” apenas para alguns, porque para uma quantidade cada vez maior a vida não “vai indo” de maneira alguma.
Parou, parou no espaço e no tempo, ficou numa hibernação de esperança sem alicerces, mas ainda assim esperança, apenas porque é esperança.
Já tudo caiu à volta (a casa, o carro, o crédito, a confiança, a família, ...), resiste teimosamente a esperança.
Esperança em nada, mas esperança.
Para muitos milhares de portugueses foi preciso passar a viver com a “vergonha” de não ter nem dinheiro para o passe, nem dinheiro para a bica, nem cara para olhar os outros, muitos em idêntica situação, e muitos a tentar disfarçar.
Para muitos milhares de portugueses perderam-se as perspetivas e os objetivos de vida, se alguma vez existiram, perderam-se metas a atingir, mesmo para os que nunca as tiveram mas julgavam ter, e perderam-se os interesses porque nem sequer se sabe “o interesse em quê ?”.
Fica a esperança de que “isto” passe, de que alguém apareça que resolva “isto”, habituados que fomos a que alguém resolva por nós os problemas que nunca reconhecemos serem os problemas de todos.
E é esta esperança que vai alimentando muito do imaginário do futuro dos “pás” portugueses.
Triste esperança, pobre esperança e, pior do que isso, indesejável esperança.

Li algures que quatro décadas de Democracia acabaram por dar origem a uma sociedade asfixiada nos valores do silêncio, da cobardia, do bajulamento, do caciquismo e dessa gangrena da nossa Pátria que é a inveja social.
É desta situação cancerosa que é preciso sair.
O que se continua a passar com os “representantes do povo” deveria envergonhar tudo e todos.
O que se passou na Assembleia da República com a chamada co-adoção foi uma vergonha nacional.
Só pessoas sem qualquer resto de dignidade se podem dar aquele espetáculo vergonhoso de falta de civismo, de falta de moral, de falta de ética de qualquer espécie.
Não é possível sentir qualquer respeito por aquela gente.
Infelizmente, é este o combustível para manter a chama da esperança dos portugueses.

Esperança em quê ? Esperança porquê ? Esperança até quando ?

- Óh pá, quando mal nunca pior, pá...

Paiva Setúbal