É noite de Domingo. Estamos perto do fim do mês de Novembro
e chove. Em Lisboa chove, e chove no país todo, mesmo naquele País que só o
quer ser quando precisa de milhões de euros para as compadrices mascaradas de
obras públicas, tuneis e estradas idiotas.
Este ano a chuva tardou, mas foi só mais uma vez que Portugal
esteve à beira da rutura das reservas de água doce. Mas veio a chuva. Afinal
não faltou ao encontro anual como muitos já temiam, e aí está, felizmente
certinha sem enxurradas, mas persistente, contínua, encharcando a terra e os
espíritos, tão secos que andam de esperança.
Portugal está doente.
Portugal é os portugueses todos, um conjunto de gente
desorientada, cada vez mais, como quase sempre foi. Poucos foram os momentos da
história em que este povo se encontrou com a sua identidade superior, que dizem
existir (Fernando Pessoa, Agostinho da Silva,...) e que um dia há-de vir ao de
cima para salvação de Portugal, dos portugueses e da humanidade. É a esperança
do 5º Império anunciada por alguns na esperança do destino divino de um povo
cuja existência parece ter sido desenhada como prova do que são capazes os mais
fracos ou menos abonados pela Natureza.
De facto não sei se será exatamente assim e muito menos sei
se estou de acordo com esta visão defendida filosoficamente por historiadores,
sábios sem dúvida, mas exagerados na sua esperança divina e esotérica.
A única certeza com que podemos contar é o “passado”, porque
o futuro será o que fôr e o presente deve envergonhar-nos a todos.
Há muitos anos que Portugal não conhecia um grupo “dirigente”
tão incapaz, tão inapto, tão corrupto. É um desafio aos limites do mal aquilo
que temos na classe política dirigente. E nem sequer está visível até onde
chegaremos. Ou até onde eles chegarão.
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